A pandemia do COVID-19 atingiu o Brasil no mês de fevereiro com reflexos mais efetivos, a partir mês de março/2020. De lá para cá ela assombra a todos. Por mais que se tenha feito, ela carrega um número expressivo de contaminados e mortos. Apesar do seu arrefecimento ela ainda ataca e faz expressivos estragos em todo o País, não se sabendo até quando.
O restaurante que me serve há 18 anos fechou em março/2020 e não conseguiu reabrir. Contou-me o seu proprietário que no espaço da Galeria onde ele funcionava nem o seu vizinho do mesmo ramo está conseguindo sobreviver. Uma outra pessoa que trabalha com souvenir, num restaurante regional, não consegue mais vender nem parte do que vendia e está pensando em encerrar o seu negócio. Num outro restaurante que frequento o proprietário abriu, há duas semanas, e me disse que o movimento está muito fraco, mas ele acredita na retomada.
Como a corda somente arrebenta do lado mais fraco, o cabo de guerra dos pequenos nos Shoppings arrebentou de vez e eles não conseguem levantar, pois tem custos de ocupação altíssimos, agravados pela demorada paralização. Poucos sairão ilesos deste duro golpe.
Deve existir inúmeros outros casos semelhantes. O que aconteceu? A roda não gira! E se ela não gira ninguém compra e ninguém vende. As pessoas perderam o poder e o hábito de compra, com a paralisação prolongada. Eu não sei responder, pois não sou especialista, mas a situação me preocupa em ver os empreendedores de cabeça baixa, endividados, confusos, inseguros sem saber o que fazer.
O País já vinha de uma grave crise econômica. Muitos fecharam as portas. Somente na quadra onde tenho escritório tinha vários imóveis vazios. Lugares onde já teve um próspero comércio. A pandemia acabou de precipitar para o abismo uma grande parcela daqueles que ainda resistiram.
O dinheiro do Governo liberado para os empréstimos é curto, mesmo a juros confortáveis eles tem que ser pagos no futuro. Assim com é limitado para a grande massa de necessitados. A recessão é um fantasma que se materializou entre nós. Isto não é segredo para ninguém! Vai durar quanto tempo! Como sair deste pântano? Eu não tenho a resposta.
Creio que os especialistas deveriam abrir um canal de comunicação com a sociedade a fim de apontar, encontrar caminhos e renovar os ânimos, pois a situação é dolorosa. E é preciso emergir deste poço! Fico na esperança de que esta crise ao menos seja pedagógica para direcionar o País para um futuro melhor. Assim como espero que depois de tanto fogo e de tanta destruição que a nossa pródiga natureza ressurja das cinzas. Não vejo a hora de que São Pedro abra as torneiras e nos brinde com água, muita água, e o exuberante verde pinte as nossas paisagens!
Renato Gomes Nery. E-mail – rgnery@terra.com.br