SE FOI PRA DESFAZER POR É QUE FEZ?

Há mais de dois lustros foi anunciado e iniciado o VLT – Veículo Leve Sobe Trilhos, com pompas e circunstâncias. Estava-se implantando um dos modelos mais modernos de transporte de massa, numa extensão entre Cuiabá e Várzea Grande de 22 km. Derrubou-se 2.500 arvores no percurso, deu-se início as desapropriações e foi aberta uma vala imensa ao longo do percurso, onde guias de cimento armado foram implantadas, além da aquisição de vagões de transporte.  Sem falar nos prejuízos do comércio que ficou praticamente inviabilizado em alguns trechos.

O VLT era uma das obras para a Copa do Mundo/2014, no Brasil, que aconteceu, passou mais uma copa/2018 e ninguém viu o modal funcionando. Veio a Copa seguinte de 2022 e o modal passou a fazer parte de uma estatística comum no País: as obras abandonadas, sem perdão e sem punições.

Os seus mentores continuam aí vivinhos da Silva, sem que as suas responsabilidades, os faça repor os enormes prejuízos causados ao Erário.

Virou uma discussão sem fim para saber o que fazer com o defunto insepulto do VLT que dorme céu aberto clamando, por uma solução e ela veio. E o BRT que era uma das opções mais baratas começou a ser implantado, à revelia das obras iniciadas e dos prejuízos causados. Enfim, vai gastar uma fortuna para desfazer o que foi feito e um valor ainda maior para implantar o novo modal. Quem vai pagar o pato? Deveria ser quem fez a “caca”, mas morosidade seja da Administração Pública e da Justiça – deixará o tempo passar e se encarregará – num puxa e encolhe – de responsabilizar e condenar os culpados, sepultando tudo em definitivo. E tudo ficará como dantes no quartel de Abrantes!  

                              A canção Cotidiano nº 02 de Vinicius de Moraes é expressão da vida que não muda. Tudo se repete cotidianamente da mesma forma, neste País de irresponsabilidades e injustiças mil. Entra dia e sai dia tudo é triste e dolorosamente igual. …O dia conta estórias sempre iguais…

Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?

Quem achar que este País tem saída que levante a mão e se apresente como voluntário do Exército de Salvação Nacional fadado ao mais completo insucesso, pois aqui, ali e acolá é tudo igual e repetido. Até quando, né! Vamos ter que perguntar ao Criador, se algum dia ele nos der o prazer de uma visitinha!

Renato Gomes Nery. Site – rgnery@terra.com.br

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