AGECOPA, fechada em copas?

                                      Fechado em copas é uma expressão comum para designar aquilo que está voltado para si mesmo.  Tem o significado de impermeabilidade, da falta de transparência e da pluralidade.  Será que um grupo de presumíveis notáveis reúne todas as qualificações, a necessária multiplicidade de disciplinas, multivisão e estratégicas para os desígnios a que se propõe sem ouvir os demais interessados?  A resposta, pelo ângulo do bom senso, é não.  Há um livro essencial para se entender a questão:  O Efeito Médici, de Frans Johansson, que vale a pena ser lido.

                                      Não se sabe se haverá abertura para que a Agência se permita conhecer ou pelo menos tomar conhecimento se há projetos em andamento ou em estudos da parte de empresas, investidores e particulares e nos informaram  os há em número até surpreendente.  É certo que o poder público não realizará tudo sozinho, sem a participação da iniciativa privada.  Até porque, não haverá verba suficiente.  Daí, por qual razão não se abrir o leque para ouvir a sociedade e conhecer os seus projetos?

                                      Há mais de 15 anos tomamos conhecimento de um belíssimo projeto revolucionário para a Capital  previsto para a celebração dos seus 300 Anos em 2019.  Trata-se de caso único que reúne conservação ambiental, embelezamento paisagístico, enriquecimento cultural, privilégios para áreas de lazer e com muito verde, sombras, flores e frutos.  Segundo o autor do projeto, a forma mais barata de se embelezar uma cidade é com água (fontes, cascatas, espelhos e jorros), plantas (árvores que projetam sombras, distribuem flores e atraem passarinhos, borboletas, abelhas etc) e, naturalmente jardins bem projetados.  E tudo isso é muito barato.  Uma muda de árvore custa centavos.  Adulta, 05 anos depois, tem valor inestimável.

                                      Fomos informados de outro projeto, denominado de “Águas & Magias” de inteligência ímpar, que privilegia o aproveitamento turístico das “águas de Mato Grosso”.  Para o primeiro projeto dos 300 Anos de Cuiabá, já está comprada e reservada uma área com 600,0 hectares ou seis milhões de metros quadrados, localizada ao final da Avenida do CPA, entre os bairros Aroeira e Novo Paraíso, limitando-se com a Usina de Reciclagem de Lixo, margeando a antiga estrada da Chapada dos Guimarães, seccionada pelo Rodoanel, local onde o proprietário estaria doando a área necessária para a construção do Estádio de Futebol para os jogos da Copa do Mundo de 2014.

                                      Se há uma área sendo doada para a construção do novo estádio, em local onde tudo pode ser planejado, com várias pistas de rolamento rápido para a fluência do tráfego, por qual razão destruir o Estádio José Fragelli, que por si compõe com o Ginásio Aecin Tocantins, um dinâmico parque esportivo a ser reurbanizado?  Qual é o custo e ou o tempo para a desconstrução daquilo que já está pronto?  Não seria mais razoável preservar o que está pronto, reformá-lo e no seu entorno criar-se um centro de treinamentos com aproveitamento daquele campo de esportes?

                                      Diante disso, não cremos que a Agecopa deva permanecer alheia aos projetos e iniciativas particulares, que não dependem de verbas públicas sujeitas a toda sorte de influências.  Informaram-nos, também,  que existe  um grupo de empresários do setor imobiliário formando um “pool” de empresas para tocar os empreendimentos que constam de museus, planetário, teatros, ópera, hotéis de variadas categorias, torres de escritórios, residenciais verticais e horizontais, setores de restaurantes, de lazer, de saúde, áreas de serviços e outros, naquele que é considerado o projeto mais revolucionário, urbanístico e social que se conhece, sem verba pública e que seguramente vai transformar a realidade social, econômica, cultural e política de Cuiabá, com ênfase no turismo.

                                      A rigor, o projeto Cuiabá 300 Anos preenche as lacunas do quebra-cabeça do antes, durante e depois da Copa do Mundo de 2014.  É no miolo deste projeto está sendo doada a área necessária para a construção do novo Estádio de Futebol.  Com a palavra, a Agecopa.

                                      Renato Gomes Nery é advogado em Cuiabá. E-mail –  rgnery@terra.com.br

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