O INFERNO É AQUI

                                             

                                   Fiquei extasiado com a chuva da última quinta-feira.   Lavou as calçadas, os telhados, as ruas e, sobretudo, o nosso cansaço e a nossa exaustão de sobrevivermos no inclemente o inverno, sem chuva e sem ar para respirar direito, maltratando crianças, velhos, doentes e a população em geral que está rompendo mais uma ingrata estação… Que a chuva se estabeleça e sente praça! Entretanto, as previsões são desanimadoras, pois inverno seco e quente promete adentrar a primavera e nossos incômodos vão ser prorrogados, principalmente para aqueles acometidos de COVID que é uma doença de cunho respiratório.

                                        A inclemência do nosso inverno poderá se minorada? Acredito que sim. Brasília que também está situada na região Centro Oeste foi dotada de lagos artificiais para atenuar o clima seco. Dubai foi construída em pleno deserto, onde a temperatura ultrapassa a 50º centígrados, mas foi dotada de mecanismos para atenuar o clima, como, por exemplo, drones – que provoca descargas elétricas nas nuvens –  para precipitar chuvas e tempestades artificiais, etc. No Japão adotou-se práticas parecidas.  Aqui, com exceção da Represa de Manso que certamente teve outros propósitos, não se conhece nada, a não ser uns pequenos parques urbanos.  O VLT ceifou impune, impiedosamente e em vão, 2.495 arvores que estavam no seu percurso, dando adeus a bucólica Cidade Verde.

                              O cimento armado e o asfalto – sem um planejamento climático – viraram o símbolo da cidade e adjacências, agravando ainda mais o nosso severo clima. Não se pode negar, por uma série de razões, que a temperatura aqui vem aumentando, ano após ano, e a vida tem ficado cada vez mais difícil. Antigamente era combatida com uma rede e um ventilador, e hoje, o ar condicionado – movido a energia cada vez mais cara – não está dando mais conta de combater a quentura. E a população está sendo literalmente sufocada pela falta de ar, pela fumaça, umidade e pelo calor intenso, sobretudo, no inverno.

                              As nossas lideranças – envolvidas nos seus interesses – são cegas e não veem que estamos rumando para o abismo se alguma coisa não for feita imediatamente para tornar esta terra habitável.

                              Não se pode mais tolerar a devastação do pantanal e nem a impiedosa derrubada das nossas matas, pois os reflexos são imediatos, agravados em duas cidades grandes e adjacências sem planejamento e, portanto, sem obras para se conviver com o impiedoso clima que temos.

                    O Criador disse: faça a sua parte que eu te ajudarei! Como não fazemos a nossa vamos ser devorados pela falta de umidade, pelo calor, pelo fogo e pela fumaça que nos sufoca dia e noite durante o inverno infernal que se repete todos os anos e, ora se estende na primavera.

                              Renato Gomes Nery. E-mail – rgenry@terra.com.br

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